Nos dias 1 e 2 de julho, o Hospital das Clínicas de Teresópolis Costantino Ottaviano (HCTCO) recebeu mais uma rodada de visitas técnicas do Projeto Lean nas Emergências, que faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), do Ministério da Saúde. As atividades contaram com a presença das médicas Melissa Prado de Brito e Jhennyffer Boritza, representantes do Hospital Sírio-Libanês, uma das instituições que executam o projeto em parceria com hospitais públicos e filantrópicos de todo o país.

Desde que foi selecionado para integrar a iniciativa, em outubro de 2024, o HCTCO vem implementando um modelo de gestão baseado na Metodologia Lean, originalmente desenvolvida na indústria automobilística. Adaptada para o contexto da saúde – o chamado Lean Healthcare –, essa abordagem busca otimizar o uso dos recursos e melhorar a qualidade do atendimento, reduzindo desperdícios, como longos períodos de espera, baixa rotatividade de leitos e falhas nos processos.

“O projeto Lean nas Emergências é voltado para hospitais que enfrentam superlotação ou necessitam de melhorias em seus processos. Nosso foco é trabalhar diretamente com os fluxos do pronto-socorro, promovendo ganhos na eficiência operacional e, consequentemente, na qualidade da assistência oferecida à população”, destacou a médica Jhennyffer Boritza.

Durante as visitas, foram reforçados conceitos e ferramentas da metodologia, além do acompanhamento de indicadores estratégicos, como o NEDOCS (National Emergency Department Overcrowding Scale), uma escala utilizada para medir o grau de superlotação em serviços de emergência; o LOS (Length of Stay), que se refere ao tempo de permanência do paciente no hospital, desde a admissão até a alta; o tempo porta-médico, referente ao tempo decorrido desde a chegada do paciente até o início do atendimento médico; o giro de leitos, um indicador hospitalar que mede a eficiência da utilização dos leitos; e o fator de utilização das enfermarias, um indicador que mede o grau de utilização dos leitos disponíveis em uma enfermaria durante um período específico.

“Ao implementar essas estratégias, nossa expectativa é alcançar melhorias significativas nesses indicadores. Após essa fase de implantação, será feito um novo diagnóstico para avaliar os avanços e, em seguida, entraremos na fase de monitoramento, que seguirá até dezembro de 2025”, explicou Jhennyffer.

A médica consultora Melissa Prado de Brito também ressaltou os impactos positivos do projeto: “Com a melhora dos processos, conseguimos otimizar os recursos e fazer mais com o que já temos dentro das unidades. Isso resulta em uma assistência mais qualificada e em benefícios diretos para os pacientes. No caso do HCTCO, já estamos na sétima visita presencial e, em agosto, realizaremos a oitava e última antes de iniciarmos a fase de monitoramento”.

O projeto Lean nas Emergências é desenvolvido de forma colaborativa por cinco hospitais de referência nacional — Hospital Sírio-Libanês, Hospital Moinhos de Vento, Hospital do Coração (HCor), Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital Alemão Oswaldo Cruz. A escolha dos hospitais participantes ocorre a cada seis meses por meio de consenso entre o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Estado de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS).

Ao integrar essa rede nacional, o HCTCO se une a mais de 120 hospitais públicos e filantrópicos que compartilham o mesmo objetivo: melhorar a qualidade da assistência nas urgências e emergências, garantindo um atendimento mais ágil, seguro e eficiente à população.

Por Giovana Campos