Pense em um jovem que vai além do conhecimento absorvido através de livros e práticas no cenário escolar, capaz de transformar esse saber em soluções inovadoras para o mundo. Esse perfil empreendedor tem ganhado destaque como uma competência fundamental para os futuros profissionais, impulsionando a implantação do empreendedorismo nas melhores escolas.
Gabriel Soares, analista do Sebrae Rio de Janeiro em Teresópolis, destaca que promover o empreendedorismo nas escolas pode transformar essas instituições em verdadeiros berços de inovação, preparando os jovens com a base técnica indispensável para se tornarem protagonistas em suas jornadas. Ele defende que “ter sucesso vai além de uma boa ideia ou capital; é essencial dominar áreas como finanças, marketing, gestão de pessoas e planejamento, além de desenvolver características comportamentais”.
Outro ponto importante que Gabriel ressalta é que nem todos os jovens serão donos de negócios. Por isso, ele enfatiza o conceito de intraempreendedorismo: “Empreender não se resume a ter um CNPJ; trata-se de atitude, aproveitamento de oportunidades e cultivo de ideias. Se trabalhados na base da educação, esses conceitos podem aumentar exponencialmente as chances de sucesso, seja à frente de um negócio próprio ou como colaboradores em uma empresa", explica Gabriel.
Ele conta que o Sebrae, ao longo de seus mais de 50 anos de história, precisou se reinventar e adotar novas abordagens para se conectar com o empreendedor brasileiro. Uma delas é o Programa Nacional de Educação Empreendedora, que vem atingindo a camada mais jovem desse público, apontada pelo analista como “a mais dinâmica”.
No dia 7 de outubro, Gabriel liderou a Oficina de Pensamento Estratégico, realizada com estudantes do Ensino Médio do Centro Educacional Serra dos Órgãos (Ceso) e o apoio do Sebrae. A oficina faz parte de iniciativas inovadoras que estão transformando a maneira como os estudantes se relacionam com o mundo dos negócios e com suas comunidades, preparando-os para os desafios do futuro.
Maria do Carmo, professora do Ceso, explicou como a disciplina de empreendedorismo foi implementada no Ensino Médio desde a regulamentação pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “Trata-se de uma disciplina eletiva na qual os estudantes desenvolvem habilidades voltadas à busca pela autonomia, utilizam sua criatividade, tornam-se responsáveis por gerir conflitos cotidianos e desenvolvem, na prática, ações sociais junto à comunidade escolar ou comunidades próximas”, detalha a professora.
No colégio, os alunos não apenas aprendem teoricamente, mas também aplicam conhecimentos em projetos práticos. Na 1ª Série, os estudantes criam empresas fictícias; na 2ª Série, desenvolvem empreendedorismo social, oferecendo oficinas para idosos e crianças em instituições locais; e na 3ª Série, exploram o empreendedorismo digital através de uma mini revista eletrônica. “As iniciativas do Ceso vão além da sala de aula, impactando positivamente as comunidades locais. Os projetos de empreendedorismo social oferecem aos alunos a oportunidade de aplicar seus conhecimentos para fazer a diferença. A parceria com o Sebrae tem sido fundamental, proporcionando palestras e cursos que enriquecem a formação dos estudantes”, avaliou Maria do Carmo.
Por Giovana Campos